quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Clara Nunes


Bom dia Pessoal, como andei falando alguns assuntos espinhosos, hoje segue o texto de uma amiga, falando sobre a nossa saudosa Clara Nunes, que é mais suave e mais gostoso.

Beijos e Abraços e boa semana


Hoje acordei com uma saudade danada de Clara Nunes e gostaria de compartilhar com meus irmãos, um pouquinho sobre essa cantora polêmica e tão adorada em seu tempo.

Na década de 70, Clara Nunes me deixava fascinada com sua aparição nas telinhas da Globo.
Seus longos cabelos enfeitados com diademas e penduricalhos, chamava minha atenção pela roupa branca, a saia rodada, os pés no chão e uma voz agradável e límpida. Num ritmo adorável, falava coisas que eu não entendia, mas que me faziam bem ao cantá-las.

Por um longo tempo, sua história e vida ficaram envoltas num véu de misticismo e fascinação. O modo como foi endeusada e adorada pelos fãs e sua morte prematura inexplicada, marcou uma geração com indignação e saudades de Clara Guerreira, uma das cantoras mais carismáticas da cultura brasileira.

Clara Nunes nasceu em Paraopeba, MG, em 12 de agosto de 1943, interior de Minas Gerais, no distrito de Cedro, à época pertencente ao município de Paraopeba e depois emancipado com o nome de Caetanópolis.

Pode-se observar em sua obra um repertório rico e diversificado, que incluiu baiões, baladas e até valsinhas, confirmando assim a grande versatilidade da intérprete, além de canções com tema de umbanda e candomblé. Sua crença e fé refletia na sua criação, estilo e moda: vestidos longos brancos, colares e miçangas de origem africana. Canções sobre o sincretismo religioso são: Tributo aos Orixás, A Deusa dos Orixás, Guerreira, Banho de Manjericão, Coroa de Areia, entre outras.

Em 5 de Março de 1983 Clara Nunes se submeteu a uma aparentemente simples cirurgia de varizes, por motivos estéticos e de dores que sentia. Sofreu parada cardíaca e teve morte cerebral por falta de oxigenação. Oficialmente foi considerada morta na madrugada de 2 de abril aos 40 anos de idade, após vinte e oito dias em agonia na UTI da famosa - também por esse episódio - Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, vítima de choque anafilático. A possibilidade de erro médico, os boatos desencontrados, a comoção popular e o velório apoteótico na quadra da Portela em Madureira - uma de suas paixões - o sepultamento foi no Cemitério São João Batista, em meio a muita emoção dos fãs, cantores e parentes, numa tristeza coletiva poucas vezes vista no Brasil.



Ano passado, o jornalista Vagner Fernandes, lançou o livro Clara Nunes – Guerreira da Utopia pela Editora Ediouro, a biografia de Clara Nunes que, ainda hoje, é considerada uma das mais talentosas cantoras brasileiras.

A biografia de Clara foi lançada na quadra da Escola de Samba Portela (RJ), no dia 6 de Outubro de 2007 de um sábado, em meio a uma roda de samba com feijoada (que é feita todo primeiro sábado do mês e aberto ao público em geral ). Estiveram presentes: apresentadores da emissora Record e artistas como João Bosco, Diogo Nogueira, Nilze Carvalho e Leny Andrade.


Da herança musical de Clara Nunes ficaram preciosidades eternas, clássicos do nipe de: Você Passa e Eu Acho Graça, Misticismo da África ao Brasil, Ê Baiana, Ilu Ayê - Terra da Vida, Tristeza Pé No Chão, Conto de Areia, Menino Deus, O Mar Serenou, Canto das Três Raças, Lama, As Forças da Natureza, Coração Leviano, Na Linha do Mar, Feira de Mangaio, Morena de Angola, Sem companhia, Portela na Avenida, Minha Missão, Nação, Serrinha, Ijexá, etc.

Clara Nunes é lembrada, com muito carinho, como aquela que cantava com a força das tempestades tropicais. Assim foi definida pelo seu poeta Paulo César Pinheiro.

Obs: Na minha página, Conto de Areia - Clara Nunes e Milton Nascimento.

Por Jeanne.