terça-feira, 27 de outubro de 2009

Inteligência Espiritual


INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL
Você é Espiritualmente Inteligente?


No livro QS - Inteligência Espiritual, lançado no ano passado, a física e filósofa americana Dana Zohar aborda um tema tão novo quanto polêmico: a existência de um terceiro tipo de inteligência que aumenta os horizontes das pessoas, torna-as mais criativas e se manifesta em sua necessidade de encontrar um significado para a vida. Ela baseia seu trabalho sobre Quociente Espiritual (QS) em pesquisas só há pouco divulgadas de cientistas de várias partes do mundo que descobriram o que está sendo chamado "Ponto de Deus" no cérebro, uma área que seria responsável pelas experiências espirituais das pessoas. O assunto é tão atual que foi abordado em recentes reportagens de capa pelas revistas americanas Neewsweek e Fortune. Afirma Dana: "A inteligência espiritual coletiva é baixa na sociedade moderna. Vivemos em uma cultura espiritualmente estúpida, mas podemos agir para elevar nosso quociente espiritual".

Aos 57 anos, Dana vive na Inglaterra com o marido, o psiquiatra Ian Marshall, co-autor do livro, e com dois filhos adolescentes. Formada em física pela Universidade Harvard, com pós-graduação no Massachusetts Institute of Tecnology (MIT), ela atualmente leciona na universidade inglesa de Oxford. É autora de outros oito livros, entre eles, "O Ser Quântico" e "A Sociedade Quântica", já traduzidos para o português. "QS - Inteligência Espiritual" já foi editado em 27 idiomas, incluindo o português (no Brasil, pela Record). Dana tem sido procurada por grandes companhias interessadas em desenvolver o quociente espiritual de seus funcionários e dar mais sentido ao seu trabalho.

Ela falou a EXAME em Porto Alegre durante o 30º Congresso Mundial de Treinamento e Desenvolvimento da International Federation of Training and Development Organization (IFTDO), organização fundada na Suíça, em 1971, que representa 1 milhão de especialistas em treinamento em todo o mundo. Eis os principais trechos da entrevista:

O que é inteligência espiritual?

É uma terceira inteligência, que coloca nossos atos e experiências num contexto mais amplo de sentido e valor, tornando-os mais efetivos. Ter alto quociente espiritual (QS) implica ser capaz de usar o espiritual para ter uma vida mais rica e mais cheia de sentido, adequado senso de finalidade e direção pessoal. O QS aumenta nossos horizontes e nos torna mais criativos. É uma inteligência que nos impulsiona. É com ela que abordamos e solucionamos problemas de sentido e valor. O QS está ligado à necessidade humana de ter propósito na vida. É ele que usamos para desenvolver valores éticos e crenças que vão nortear nossas ações.


De que modo essas pesquisas confirmam suas ideias sobre a terceira inteligência?

Os cientistas descobriram que temos um "Ponto de Deus" no cérebro, uma área nos lobos temporais que nos faz buscar um significado e valores para nossas vidas. É uma área ligada à experiência espiritual. Tudo que influencia a inteligência passa pelo cérebro e seus prolongamentos neurais.. Um tipo de organização neural permite ao homem realizar um pensamento racional, lógico. Dá a ele seu QI, ou inteligência intelectual. Outro tipo permite realizar o pensamento associativo, afetado por hábitos, reconhecedor de padrões, emotivo. É o responsável pelo QE, ou inteligência emocional. Um terceiro tipo permite o pensamento criativo, capaz de insights, formulador e revogador de regras. É o pensamento com que se formulam e se transformam os tipos interiores de pensamento. Esse tipo lhe dá o QS, ou inteligência espiritual.

Qual a diferença entre QE e QS?

É o poder transformador. A inteligência emocional me permite julgar em que situação eu me encontro e me comportar apropriadamente dentro dos limites da situação. A inteligência espiritual me permite perguntar se quero estar nessa situação particular. Implica trabalhar com os limites da situação. Daniel Goldman, o teórico do Quociente Emocional, fala das emoções. Inteligência espiritual fala da alma. O quociente espiritual tem a ver com o que algo significa para mim, e não apenas como as coisas afetam minha emoção e como eu reajo a isso. A espiritualidade sempre esteve presente na história da humanidade. No início do século 20, o QI era a medida definitiva da inteligência humana. Só em meados da década de 90, a descoberta da inteligência emocional mostrou que não bastava o sujeito ser um gênio se não soubesse lidar com as emoções. A ciência começa o novo milênio com descobertas que apontam para um terceiro quociente, o da inteligência espiritual. Ela nos ajudaria a lidar com questões essenciais e pode ser a chave para uma nova era no mundo dos negócios.

Dana Zohar identificou dez qualidades comuns às pessoas espiritualmente inteligentes. Segundo ela, essas pessoas:

1. Praticam e estimulam o autoconhecimento profundo

2. São levadas por valores. São idealistas

3. Têm capacidade de encarar e utilizar a adversidade

4. São holísticas

5. Celebram a diversidade

6. Têm independência

7. Perguntam sempre "por quê?"

8. Têm capacidade de colocar as coisas num contexto mais amplo

9. Têm espontaneidade

10.Têm compaixão

Oração celta

"Que a estrada se abra à sua frente,
Que o vento sopre levemente às suas costas
Que o sol brilhe morno e suave em sua face,
Que a chuva caia de mansinho em seus campos...
E, até que nos encontremos de novo,
Que Deus lhe guarde na palma de Suas mãos".

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Saibamos lembrar


Saibamos lembrar

“Lembrai-vos das minhas prisões.” – Paulo. (Colossenses, 4:18.)



Nas infantilidades e irreflexões costumeiras, os crentes recordam apenas a luminosa aureola dos espíritos santificados na Terra.

Supõe muitos encontrá-los, facilmente, além do tumulo, afim de receber-lhes preciosas lembranças.

Não aguardam senão o céu, através de repouso brilhante na intensidade cósmica...

Quantos se lembraram de Paulo tão-somente na glorificação? Entretanto, nesta observação aos colossenses, o grande apóstolo exorta os amigos a lhe rememorarem as prisões, como a dizer que os discípulos não devem cristalizar o pensamento na antevisão de facilidades celestes e, sim, refletir, seriamente, no trabalho justo pela posse do reino divino.

A conquista da espiritualidade sublimada tem igualmente os seus caminhos. É indispensável percorrê-los.

Antes de fixarmos a coroa resplandecente dos apóstolos fiéis, meditemos nos espinhos que lhes feriram a fronte.

Paulo conseguiu atingir as culminâncias, entretanto, quantos golpes de açoite, pedradas e ironias suportou, adaptando-se aos ensinamentos do Cristo, em escalando a montanha!...

- Não mires, apenas, a superioridade manifesta daqueles a quem consagra admiração e respeito. Não te esqueças de imitá-los afeiçoando-te aos serviços sacrificiais a que se devotaram para alcançar os divinos fins.

Emmanuel no livro “Pão Nosso”, psicografado por Francisco Cândido Xavier.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Frase Sathia Sai Baba


"Meus filhos, chegou o tempo do grande despertar da humanidade. Vocês são líderes e têm a oportunidade de juntar-se ao trabalho do Senhor. Não percam essa oportunidade de ajudar a liderar a humanidade da natureza selvagem de volta ao estado divino."

Sri Sathia Sai

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Tudo Relativo


TUDO RELATIVO

Quando o Espírito comunicante, cheio de boa-vontade, se referiu ao domicilio na vida extrafísica, Rafael, um irmão que se caracterizava pelos primores da inteligência, objetou, mordaz:
- Casas no Além? Que contra-senso!...
O mensageiro, não obstante desapontado, registrou impressões da vida social no “outro mundo”. Então, o mesmo cavalheiro ironizou sem pestanejar:
- Ora esta! Sociólogos além-túmulo? Era o que nos faltava.
O emissário não desanimou. Aludiu aos jardins que lhe cercavam a residência.
- Que é isso? – Indagou o investigador que apreciava os sarcasmos sem fim – serão os jardins suspensos de Semíramis? Qual! Tudo mera ilusão!... Depois de nossas roseiras espinhosas e de nossos adubos desagradáveis, não há canteiros de fluidos.
A entidade perseverante reportou-se aos institutos de ensino que freqüentava. No entanto, o mau obreiro deu-se pressa em considerar:
- Se os “mortos” estiverem sujeitos à luta estudantil, estamos francamente perdidos.
O comunicante não desistiu. Passou a dizer da expectativa sublime que alimentava, aguardando a esposa querida, além do sepulcro. O companheiro irreverente, entretanto, fez-se ouvir na mesma inflexão de zombaria:
- Deliciosa mentira! Onde já se viu casamento na esfera das almas?
O portador da mensagem na desfaleceu. Comentou os problemas do corpo sutil que lhe servia, agora, à consciência. Enumerou as facilidades e os obstáculos que o defrontavam, mas o fraternal inquisidor observou, céptico:
- Espírito não tem corpo. Simples fantasia. Presenciamos fenômenos de puras impressões alucinatórias.
O prestimoso estafeta das boas novas, que vinha do reino espiritual, despediu-se finalmente.
Ante os colegas curiosos e inquietos, o renitente analista esclarecia enfaticamente:
- Mais objetividade! Nada de ilusões! Sou um homem que sabe julgar.
Após o incidente, afastou-se do grupo de trabalhadores do bem. Afirmava-se demasiadamente realista para aceitar, sem maior exame, as descrições dos desencarnados. Situava a concepção doutrinaria num campo de absoluta transcendência.
Devotados amigos, bastas vezes, rogavam-lhe a volta aos estudos. Parentes interpunham recursos afetivos, a fim de que retomasse o salutar esforço da crença religiosa. Todavia, foi Rafael impermeável a todas as ponderações. Ouvia os apelos, esboçava gesto brejeiro e arremedava um texto evangélico:
- Dêem à matéria o que é da matéria e ao espírito o que é do espírito. Fora disso, não compreendo a atitude de vocês.
E rematava, orgulhoso de si:
- Não se esqueçam de que sou um homem que sabe julgar.
Veio, porém, o minuto em que foi arrebatado da vida carnal. Desalentado, aflito, estabelecia a própria identidade. Afinal – monologava para dentro – a mudança não fora tão grande. Mentalmente, sentia-se o mesmo homem. E, no intimo, não conseguia eliminar o desejo louco de regressar aos negócios, atividades e afetos que o imantavam ao campo humano. Não se lembrava de haver praticado o mal com o propósito deliberado de ferir alguém. Não cometera crime algum. No fundo d’alma, contudo, mantinha certa inquietude. Concluía que prejudicara a si mesmo. Não se dera à observação da verdade, tanto quanto devia. Não seria razoável o retorno à zona terrestre, para intensificar indagações? Quem sabe? Talvez pudesse prover-se de melhores recursos, em beneficio da paz interna.
A aproximação de iluminado mensageiro espiritual sustou-lhe a marcha dos pensamentos. Contemplou-o, esperançoso, e pediu, com respeito:
- Benfeitor divino, acudi-me!... Dizei-me onde está a minha propriedade terrestre?
O interpelado respondeu com benevolência:
- Propriedade sua? Que enorme equivoco!...
- E meu corpo físico? – interrogou Rafael, choroso.
- Seu corpo de carne, agora, meu amigo, é simples fantasia.
- Meus bens?
O emissário sorriu e ajuntou:
- Se seu tesouro não esta guardado no espírito imperecível, suas vantagens de outro tempo não passavam de ilusão...
- Minhas apólices, meus títulos? Registravam-me o nome!...
- Para impressão de alguns anos – esclareceu o preposto da realidade divina.
- Meus filhos?
- Eram de Deus, primeiramente, antes de serem encaminhados à sua paternidade provisória.
- Minha mulher? Onde está ela? Sempre me obedeceu cegamente. Dar-se-á o caso de haver-me abandonado também?!...
- Sua companheira associava-se com renuncia e bondade ao seu destino, mas nunca foi escrava de seus caprichos. Conserva um titulo de filiação celeste, tanto quanto você mesmo.
- Meu gabinete na cidade, meu sítio no campo, meus documentos, meus interesses...
- Sim, tudo para você, presentemente, é serviço feito, resíduo do passado, que persiste em deter na mente enfermiça, ates de verificar o proveito das lições que viveu no mundo...
- Oh! Que horror! – gritou Rafael, apavorado – como entender tudo isso? Quem estará sob o domínio de simples impressões? Os que partem da Terra ou os que por lá se demoram? Os que “morrem” ou os que “vivem”?
O benfeitor sorriu, de novo, e concluiu:
- Consulte a própria consciência. Como sempre, você é um homem que sabe julgar...

Irmão X no livro “Luz Acima”, psicografado por Francisco Cândido Xavier

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Paradoxo do nosso Tempo


Nós bebemos demais, fumamos demais, gastamos sem critérios,

Dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e rezamos raramente.

Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.

Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos freqüentemente.

Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos.

Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio.

Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.

Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos.

Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.

Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos menos.

Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.

Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados.

Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas "mágicas".

Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa.

Uma era que leva essa carta a você, e uma era que te permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar 'delete'.

Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão por aqui para sempre.Lembre-se dar um abraço carinhoso num amigo, pois não lhe custa um centavo sequer.

Lembre-se de dizer "eu te amo" à sua companheira (o) e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, se ame... se ame muito.

Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro.

O segredo da vida não é ter tudo que você quer, mas AMAR tudo que você tem!

Por isso, valorize o que você tem e as pessoas que estão ao seu lado sempre.


Desconheço o Autor, mas acho que é do mestre Osho.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Olimpiadas de 2016 no Rio de Janeiro


Bom dia pessoal, como vocês estão? Eu, estou ai na parada, matando ou melhor tentando matar um leão por dia, OAB ainda não deu, mas não vou desistir, agora tem oficial de justiça dia 11/10 vamos lá...


Bem, mas hoje estou aqui para falar das Olimpiadas de 2016 no Rio, uma vitória linda de nosso Presidente um tanto trapalhão.


Parabéns ao Presidente e sua equipe multidisciplinar onde em um trabalho de mestres conseguiram renovar o velho e saudoso Rio de Janeiro. Mas como nos filmes de Boliode ehehehe.

Nossa atriz principal Barbara Leoncio voltou a sua triste realidade, segundo o Jusbrasil.com<>

Símbolo do Rio-2016, Bárbara Leôncio volta à precariedade no Rio 2009
Extraído de: Folha Online - 3 horas atrás
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ITALO NOGUEIRAda Folha de S.Paulo, no Rio de Janeiro
Símbolo da Olimpíada do Rio em 2016, a atleta Bárbara Leôncio, 17, representa também a falta de estrutura para os atletas brasileiros. No seu primeiro dia de treino após voltar de Copenhague, ela saiu de uma pista reduzida para outra, em reforma.


Recordista dos 200 metros de menores (de 15 a 17 anos), Bárbara treina há quatro meses numa pista de 78 metros nos fundos de uma escola municipal na zona oeste do Rio.

Mas após a atleta se queixar publicamente da falta de estrutura, a Secretaria de Esportes abriu uma vila olímpica cujas condições, de acordo com o próprio órgão, "tecnicamente não são adequadas".

Em construção desde 2003, a Vila Olímpica do Mato Alto ainda é um canteiro de obras. Não possui banheiro ou vestiário para os atletas. A pista de 400 metros, pronta desde 2007, apresenta rachaduras. "Aqui pelo menos vamos ter condições de fazer treinos para competição", diz o treinador Paulo Servo, do instituto Lançar-se Para o Futuro.

"Com essa pista conseguimos treinar curvas. Na escola não dava", afirma ela.

O instituto usou a vila olímpica no início do ano, mas teve que sair após fiscalização da Câmara dos Vereadores no local, considerado impróprio.

Bárbara e os outros 200 alunos voltaram para onde sempre treinaram, a Escola Municipal Silveira Sampaio, em Jacarepaguá. Mas após ouvir as críticas pelo fechamento da vila olímpica, o secretário Francisco de Carvalho recebeu uma ligação do prefeito Eduardo Paes solicitando a abertura do local. "O certo seria liberar só em dezembro [ao fim das obras na pista]. Mas o professor Paulo vai se responsabilizar pelos atletas e pelo local", afirmou Carvalho.

"Se nessas condições saem campeões do mundo, imagina se tivéssemos uma boa estrutura", disse Bárbara.

Ela já recebeu convites de três universidades americanas para treinar, mas recusou as propostas. "As coisas têm que melhorar aqui. Se for assim todo mundo vai embora e a estrutura não melhora."


Pessoal, que Deus nos ilumine e que venha 2016 no Rio....

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Gentileza gera Gentileza




Bom dia Pessoal, desculpe-me a ausencia, mas por vários motivos não pude escrever, mas logo tenho certesa tudo se acertará.




Hoje vou falar de um profeta, Gentileza, ele tornou-se muito famoso no Rio por fazer inscrições peculiares sob um viaduto do Rio, onde anda com uma túnica branca e uma longa barba branca, mas digo uma coisa, se todos fossemos como gentileza, o Mundo seria ourtro.




GENTILEZA GERA GENTILEZA

José Datrino, chamado Profeta Gentileza, (Cafelândia, São Paulo, 11 de abril de 1917Mirandópolis, São Paulo, 29 de maio de 1996) tornou-se conhecido a partir de 1980 por fazer inscrições peculiares sob um viaduto no Rio de Janeiro, onde andava com uma túnica branca e longa barba.


Sua infância
Nascido em Cafelândia-SP, no dia 11 de abril de 1917. Com mais nove irmãos, José Datrino teve uma infância de muito trabalho, na qual lidava diretamente com a terra e com os animais. Para ajudar a família, puxava carroça vendendo lenha nas proximidades. O campo ensinou a José Datrino a amansar burros para o transporte de carga. Tempos depois, como profeta Gentileza, se dizia "amansador dos burros homens da cidade que não tinham esclarecimento". Desde sua infância José Datrino era possuidor de um comportamento atípico. Por volta dos doze anos de idade, passou a ter premonições sobre sua missão na terra, na qual acreditava que um dia, depois de constituir família, filhos e bens, deixaria tudo em prol de sua missão. Este comportamento causou preocupação em seus pais, que chegaram a suspeitar que o filho sofria de algum tipo de loucura, chegando a buscar ajuda em curandeiros espirituais.

Surge o Profeta Gentileza
No dia
17 de dezembro de 1961, na cidade de Niterói, houve um grande incêndio no circo "Gran Circus Norte-Americano", o que foi considerado uma das maiores tragédias circenses do mundo. Neste incêndio morreram mais de 500 pessoas, a maioria, crianças. Na antevéspera do Natal, seis dias após o acontecimento, José acordou alegando ter ouvido "vozes astrais", segundo suas próprias palavras, que o mandavam abandonar o mundo material e se dedicar apenas ao mundo espiritual. O Profeta pegou um de seus caminhões e foi para o local do incêndio. Plantou jardim e horta sobre as cinzas do circo em Niterói, local que um dia foi palco de tantas alegrias, mas também de muita tristeza. Aquela foi sua morada por quatro anos. Lá, José Datrino incutiu nas pessoas o real sentido das palavras Agradecido e Gentileza. Foi um consolador voluntário, que confortou os familiares das vítimas da tragédia com suas palavras de bondade. Daquele dia em diante, passou a se chamar "José Agradecido", ou simplesmente "Profeta Gentileza".


Após deixar o local que foi denominado "Paraíso Gentileza", o profeta Gentileza começou a sua jornada como personagem andarilho. A partir de 1970 percorreu toda a cidade. Era visto em ruas, praças, nas barcas da travessia entre as cidades do Rio de Janeiro e Niterói, em trens e ônibus, fazendo sua pregação e levando palavras de amor, bondade e respeito pelo próximo e pela natureza a todos que cruzassem seu caminho. Aos que o chamavam de louco, ele respondia: - "Sou maluco para te amar e louco para te salvar".

Os murais
A partir de
1980, escolheu 56 pilastras do Viaduto do Caju, que vai do Cemitério do Caju até a Rodoviária Novo Rio, numa extensão de aproximadamente 1,5 km. Ele encheu as pilastras do viaduto com inscrições em verde-amarelo propondo sua crítica do mundo e sua alternativa ao mal-estar da civilização. Durante a Eco-92, o Profeta Gentileza colocava-se estrategicamente no lugar por onde passavam os representantes dos povos e incitava-os a viverem a gentileza e a aplicarem gentileza em toda a Terra.

Após sua morte
Em 29 de maio de 1996, aos 79 anos, faleceu na cidade de seus familiares, onde se encontra enterrado, no "Cemitério Saudades".


Com o decorrer dos anos, os murais foram danificados por pichadores, sofreram vandalismo, e mais tarde cobertos com tinta de cor cinza. A eliminação das inscrições foi criticado e posteriormente com ajuda da prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, foi organizado o projeto Rio com Gentileza, com o objetivo restaurar os murais das pilastras. Começaram a ser recuperadas em janeiro de 1999. Em maio de 2000, a restauração das inscrições foi concluída e o patrimônio urbano carioca foi preservado.


No final do ano 2000 foi publicado pela EdUFF (Editora da Universidade Federal Fluminense) o livro Brasil: Tempo de Gentileza, de autoria do professor Leonardo Guelman. A obra introduz o leitor no "universo" do profeta Gentileza através de sua trajetória, da estilização de seus objetos, de sua caligrafia singular e de todos os 56 painéis criados por ele, além de trazer fatos relacionados ao projeto Rio com Gentileza e descrever as etapas do processo de restauração dos escritos. O livro é ricamente ilustrado com inúmeras fotografias, principalmente do profeta e de seus penduricalhos e painéis. Além de fotos do próprio profeta Gentileza trabalhando junto a algumas pilastras, existem imagens dos escritos antes, durante e após o processo de restauração.
Em
2001, foi homenageado pela Escola de Samba Acadêmicos do Grande Rio.
Em
Conselheiro Lafaiete, cidade do interior de Minas Gerais, há um amplo trabalho feito pela ONG AMAR que dá continuidade ao trabalho do Profeta Gentileza. Foram desenvolvidas oficinas com jovens da cidade, onde foi possível repassar as técnicas de mosaico. Além disso, um grande muro no bairro São João recebeu uma linda aplicação de mosaico. E a praça São Pedro, no bairro Albinopólis, foi toda decorada seguindo o exemplo do Profeta Gentileza.

O Profeta Gentileza nas artes
Gentileza foi homenageado na música pelo compositor
Gonzaguinha, nos anos 1980; e também pela cantora Marisa Monte, nos anos 1990. As duas canções levam o nome Gentileza.
A canção de Gonzaguinha mostrava uma homenagem ao profeta, como se vê no trecho: "Feito louco / Pelas ruas / Com sua fé / Gentileza / O profeta / E as palavras / Calmamente / Semeando / O amor / À vida / Aos humanos". A canção de Marisa Monte, por sua vez, além de incentivar os valores pregados pelo profeta (no trecho "Nós que passamos apressados / Pelas ruas da cidade / Merecemos ler as letras / E as palavras de Gentileza"), retrata os danos ocorridos contra os murais, como diz o trecho: "Apagaram tudo / Pintaram tudo de cinza / Só ficou no muro / Tristeza e tinta fresca.".
No ano de 2000, na cidade de Mirandópolis (SP), onde o profeta está enterrado, foi criada a primeira ONG da cidade: Gentileza Gera Gentileza, fundada por parentes e amigos que admiravam a filosofia de vida do Profeta. A ONG, além de lembrar a pessoa de José Datrino (Profeta Gentileza), em sua criação, tinha a missão de difundir educação e cultura em toda a região. Vários eventos foram feitos, como: Saraus mensais itinerantes, Encontros de Corais, Tardes Culturais para Crianças no Bosque da cidade, Participações em Eventos Escolares e um evento anual denominado "Gentileza Gera Gentileza", com música, teatro, poesia e dança, entre outros.
Este ano (2009), o profeta Gentileza está sendo interpretado pelo ator
Paulo José em Caminho das Índias, nova novela das 21h da Rede Globo, de autoria de Glória Perez, que aborda, entre outros temas, a loucura em seus vários aspectos - inclusive o social.

Gentileza, um Profeta que denuncia e anuncia
Como todo profeta, Gentileza denuncia e anuncia. Denuncia este mundo, regido "pelo capeta capital que vende tudo e destrói tudo". Vê no circo destruido uma metáfora do circomundo que também será destruido. Mas anuncia a "gentileza que é o remédio para todos os males". Deus é "Gentileza porque é Beleza, Perfeição, Bondade, Riqueza, a Natureza, nosso Pai Criador". Um refrão sempre volta, especialmente nas 56 pilastras com inscrições na entrada da rodoviária Novo Rio no Caju: "Gentileza gera gentileza, amor". Convida a todos a serem gentis e agradecidos. Na verdade, anuncia um antídoto à brutalidade de nosso sistema de relações. É precursor, sob a linguagem popular e religiosa, de um novo paradigma civilizatório urgente em toda a humanidade.
Houve um homem enviado ao Rio por
Deus. Seu nome era José da Trino, chamado de Profeta Gentileza (1917-1996). Por mais de vinte anos circulava pela cidade com sua bata branca cheia de apliques e com seu estandarte, pregava nas praças e colocava-se nas barcas entre Rio e Niterói anunciando sem cansar: "Gentileza gera Gentileza". Só com Gentileza, dizia, superamos a violência que se deriva do "capeta-capital". Inscreveu seus ensinamentos ligados à gentileza em 56 pilastras do viaduto do Caju, à entrada da cidade, recuperados sob a orientação do Prof. Leonardo Guelman que lhe dedicou um rigoroso trabalho acadêmico, acompanhado de vídeo e um belíssimo um CD-ROM com o título Universo Gentileza: a gênese de um mito contemporâneo.
A crítica da modernidade não é monopólio dos mestres do pensamento acadêmico como
Freud com seu "O mal estar da civilização" ou a Escola de Frankfurt de Horkheimer e seu "O eclipse da razão", ou Habermas com o "Conhecimento e interesse" ou mesmo toda a produção filosófica de Heidegger tardio. O Profeta Gentileza, representante do pensamento popular e cordial, chegou à mesma conclusão que aqueles mestres. Mas foi mais certeiro que eles ao propor a alternativa: a Gentileza como irradiação do cuidado e da ternura essencial.